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Uso indiscriminado de suplementos pode ameaçar a saúde renal, alerta especialista do Cejem

Publicado em: 11 de setembro de 2025 | Atualizado: setembro 11, 2025

 

7O Brasil ocupa hoje o posto de terceiro maior mercado de suplementos do mundo. Em 2024, o setor movimentou R$ 4,6 bilhões no país, enquanto o mercado global chegou a US$ 28 bilhões, conforme dados da Euromonitor. A expectativa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri) é de que o segmento atinja R$ 9,6 bilhões até 2028, um crescimento acumulado de 120%. Estima-se que dois em cada três lares brasileiros tenham pelo menos uma pessoa utilizando algum tipo de suplemento.

Por trás dos números expressivos, no entanto, a Dra. Alessandra Bonilha, médica nefrologista da Santa Casa de São Roque, unidade administrada pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”), em parceria com a prefeitura da cidade , faz um alerta importante: o uso excessivo ou indiscriminado desses produtos pode comprometer a função renal. Segundo ela, a sobrecarga nos rins causada pelo consumo inadequado de proteínas, creatina, vitamina D e outras substâncias têm se tornado cada vez mais frequente, especialmente entre os jovens.
“Já observamos casos de lesões renais graves causadas por suplementação sem acompanhamento profissional. Há relatos de pacientes que desenvolveram cálculos renais e, em situações mais críticas, evoluíram para quadros de insuficiência renal aguda, precisando recorrer à hemodiálise”, afirma a especialista.

Os rins funcionam como filtros do corpo e são responsáveis por eliminar pela urina as substâncias ingeridas. Quando há excesso de proteínas, seja de origem animal ou vegetal, de creatina ou algum outro suplemento, o órgão precisa trabalhar mais para filtrar os resíduos metabólicos, o que pode levar à disfunção renal temporária ou permanente.
“Entre os principais sinais de que algo não vai bem com os rins estão alterações na coloração e na quantidade de urina. A orientação é que quem consome suplementos de forma regular realize exames de creatinina, uréia e urina tipo I, além de ultrassom de rins e vias urinárias, especialmente em casos com predisposição a doenças renais”, explica Dra. Alessandra.

Além disso, suplementos contendo cafeína ou vasodilatadores, comuns em fórmulas pré-treino, podem influenciar negativamente a função renal, se usados incorretamente. “A cafeína, por seu efeito diurético, pode aumentar a produção de urina e favorecer a eliminação de toxinas. No entanto, em doses elevadas ou em indivíduos com problemas renais prévios, pode causar sobrecarga nos rins e trazer prejuízos à saúde. Já os vasodilatadores, ao promoverem o relaxamento dos vasos sanguíneos, tendem a melhorar o fluxo sanguíneo renal e reduzir a pressão arterial. Mas em excesso, podem interferir na autorregulação do órgão”, pondera.


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