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Rui Costa afirma que transparência nos dados da Covid-19 é obrigação do governo

Publicado em: 8 de junho de 2020 Atualizado:: junho 8, 2020

 

Rui Costa, governador da Bahia — Foto: Reprodução / Youtube

Rui Costa, governador da Bahia — Foto: Reprodução / Youtube

O governador da Bahia, Rui Costa, se manifestou, na tarde desta segunda-feira (8), sobre a divulgação de informações da pandemia do coronavírus. Na última semana, o governo federal decidiu atrasar a publicação do relatório nacional sobre a doença e também passou a omitir dados, como o número de óbitos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica, além do consolidado de casos e o histórico da doença desde o seu começo.

Através de publicação em rede social, Rui Costa falou em transparência na divulgação dos dados e destacou a importância da informação, não o importa quanto os números “sejam tristes”.

“O país espera total transparência nos dados da pandemia. É obrigação do governo. A sociedade tem que ser informada sobre os números, não importa o quanto sejam tristes. Isso é uma questão de respeito a todos, principalmente aqueles que sofrem a perda de parentes e amigos”, disse Rui Costa.

Rui Costa se manifestou em rede social sobre divulgação de dados da Covid-19 — Foto: Reprodução

Rui Costa se manifestou em rede social sobre divulgação de dados da Covid-19 — Foto: Reprodução

O prefeito de Salvador, ACM Neto, também se manifestou sobre o assunto nesta segunda e criticou a omissão dos dados pelo Ministério da Saúde. Segundo o gestor, equipe da prefeitura costuma se reunir todas as noites para traçar os rumos das ações de combate ao coronavírus na capital baiana. Contudo, ele afirma que, desde a última quinta-feira (4), quando o boletim do Ministério da Saúde passou a ser divulgado após as 21h30, o trabalho ficou mais difícil, já que os encontros passaram a acontecer sem ter noção do quadro nacional da Covid-19.

“Acho absurdo que o Brasil discuta a divulgação de dados com as mortes que ocorrem todos os dias. Eu faço, toda noite, uma reunião com 33 pessoas do Núcleo de Coordenação das Ações de Enfrentamento ao Covid-19. A gente começa pela análise dos casos. A gente começa a reunião sem saber os números do Brasil. Isso é um crime, absurdo, inaceitável. E pior, dizendo que a divulgação não vai acontecer para que os jornais não reproduzam os dados. É inaceitável brincar com coisa seríssima. Espero que essa posição seja revista o quanto antes”, reclamou o prefeito.

No domingo (7), o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.

Diante da omissão de dados do Ministério da Saúde, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, que reúne os gestores dos 26 estados e do Distrito Federal, inaugurou um portal “paralelo” para divulgar os dados da pandemia de coronavírus no país.

Segundo a entidade, os dados serão atualizados diariamente às 17h – horário em que os dados são enviados ao Ministério da Saúde para consolidação do boletim nacional. Os dados ficarão disponíveis no site do Conass.

Parceria por dados

Em resposta à decisão do governo federal em restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL decidiram formar uma parceria e trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.

Veículos de comunicação fazem parceria para consolidar dados de Covid-19

Em uma iniciativa inédita, equipes de todos os veículos vão dividir tarefas e compartilhar as informações obtidas para que os brasileiros possam saber como está a evolução e o total de óbitos provocados pela Covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus. O balanço diário será fechado às 20h.

Em razão dessas omissões, a parceria entre os veículos de comunicação vai coletar os números diretamente nas secretarias estaduais de Saúde. Cada órgão de imprensa divulgará o resultado desse acompanhamento em seus respectivos canais. O grupo vai chamar a atenção do público se não houver transparência e regularidade na divulgação dos dados pelos estados.

“A missão do jornalismo é informar. Em que pese a disputa natural entre veículos, o momento de pandemia exige um esforço para que os brasileiros tenham o número mais correto de infectados e óbitos”, afirma Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo (TV Globo, GloboNews e G1). “Face à postura do Ministério da Saúde, a união dos veículos de imprensa tem esse objetivo: dar aos brasileiros um número fiel.”

“Numa sociedade organizada como a brasileira, é praticamente impossível omitir ou desfigurar dados tão fundamentais quanto o impacto de uma pandemia. Com essa iniciativa conjunta de levantamento de dados com os estados, deixamos claro que a imprensa não permitirá que nossos leitores fiquem sem saber a extensão da Covid-19 “, afirma Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha.

“Neste momento crucial, deixamos nossa concorrência de lado por um bem comum: levar à sociedade o dado mais preciso possível sobre a pandemia. Essas informações orientam as pessoas e as políticas públicas. Sem elas, o país mergulha em um voo cego. O jornalismo cumprirá seu papel”, afirma Alan Gripp, diretor de Redação de O Globo.

“É nossa responsabilidade cotidiana transmitir informações confiáveis para a sociedade. E, agora, no momento mais agudo da pandemia, precisamos assegurar à população o acesso a dados corretos o mais rápido possível, custe o que custar”, diz Murilo Garavello, diretor de Conteúdo do UOL.

“É triste ter que produzir esse levantamento para substituir uma omissão das autoridades federais. Transparência e honestidade deveriam ser valores inabaláveis na gestão dessa pandemia. Vamos continuar cumprindo nossa missão, que é informar a sociedade”, afirma João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado.

“O jornalismo tem a missão de levar à população os números mais precisos sobre a pandemia. É fundamental conhecer a real extensão dos fatos. Esses dados são decisivos para que as pessoas saibam como agir nesse momento tão difícil”, destaca Humberto Tziolas, diretor de Redação do Extra.


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