Publicado em: 8 de setembro de 2019 Atualizado:: setembro 8, 2019
Milhares de manifestantes em Hong Kong cantaram o hino dos Estados Unidos no domingo (8) e pediram para que o presidente Donald Trump os liberasse do domínio chinês.
O protesto começou pacífico, mas, como tem acontecido, acabou com barricadas, quebra de vidraças e fogos na rua. Dessa vez, isso aconteceu no distrito financeiro e de compras.
Policiais e manifestantes entram em confronto em Hong Kong
A polícia postou-se perto dos manifestantes, enquanto as pessoas pediam democracia e as pessoas cantavam o hino dos EUA,
Manifestante com bandeira dos EUA em Hong Kong — Foto: Kin Cheung/AP
“Cante pela liberdade, fique ao lado de Hong Kong”, eles gritaram antes de entregar petições ao consulado dos EUA. “Resista à Pequim, libere Hong Kong”.
O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, pediu no sábado (7) à China para ser comedida em relação à Hong Kong.
Ester fez uma chamada de Paris, quando a polícia de Hong Kong impedia que manifestantes bloqueassem o acesso ao aeroporto, mas dispararam bombas de gás pela segunda noite seguida em um bairro populoso, o de Mong Kok.
No mês passado, Trump sugeriu que a China deveria humanamente resolver o problema em Hong Kong antes de um tratado comercial seja feito em Washington. Mais cedo, Trump chamou os protestos de revoltas que eram um problema da China.
O vandalismo começou durante a tarde. Os policiais responderam à violência durante 14 semanas com jatos de água, balas de borracha e bombas de gás.
A polícia de conflitos esvaziou uma estação central de metrô perto da hora da marcha de domingo, onde os ativistas atingiram e picharam painéis de vidro.
Os ativistas pegaram tijolos da rua para quebrar janelas e colocaram fogo em caixas de papelão nas ruas e fizeram barricadas com barras de metal.
Centenas de outros ficaram pelas ruas ao redor, que têm bancos, lojas de joias e shopping-centers.
As estações de metrô foram atacadas recentemente por causa de cenas transmitidas pela TV que mostravam sendo agredidos pela polícia quando já estavam no chão. Eles querem que a concessionária do metrô divulgue as cenas capturadas pelo sistema interno de vídeo.
“Com a guerra comercial entre os EUA e a China, é uma boa oportunidade para mostrarmos aos EUA como os grupos pró-China estão violando direitos humanos em Hong Kong e permitindo a brutalidade policial”, disse Cherry, 26, que trabalha no setor financeiro.
Hong Kong foi devolvida à China com a fórmula “um país, dois sistemas”, que garantia liberdades que não existem no país continental. Parte dos residentes de Hong Kong temem que essa autonomia será perdida.
A China nega a acusação de interferência e diz que Hong Kong é um assunto interno. Ela também denunciou os protestos e acusou os EUA e o Reino Unido de fomentar a inquietude, e avisou que haverá riscos à economia.
A chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou concessões na última semana que tinham como objetivo o fim dos protestos, incluindo acabar com um projeto de lei impopular de extradição para a China, que disparou os atos populares em junho.
Manifestantes disseram a retirada do projeto de lei não é suficiente, e que veio tarde. Eles ampliaram as pautas dos protestos.
A proposta previa que as pessoas poderiam ser extraditadas para a China onde responderiam processos criminais nas cortes de Justiça controladas pelo Partido Comunista.
Hong Kong tem um judiciário independente desde o domínio do Reino Unido.
Os parlamentares dos EUA devem responder às ações da China em Hong Kong. Senadores do Partido Democrata já disseram que será uma das prioridades quando o Congresso voltar de recesso.
O senador democrata Chuck Schumer pediu ao líder da maioria, Mitch McConnell, um republicano que determina a pauta do Senado, elaborar um texto que iria requerer uma justificação anual e um tratamento especial dado à Hong Kong, inclusive privilégios comerciais, sob uma lei americana de 1992.
A lei também determinará que autoridades da China e de Hong Kong que torpedearem a autonomia de Hong Kong estarão sujeitas à sanções.
Os manifestantes em Hong Kong, na sua petição seja aprovada inteiramente.
Trump alterna a maneira como lida com a China: ele elogia o presidente Xi Jinping, diz que se trata de um grande líder, mas também o trata como inimigo, e afirma que a China tira vantagem das empresas dos EUA.
Pequim anunciou que alguns de seus líderes vão à Washington no começo de Outubro para acabar com a disputa comercial que entra em seu segundo ano.
Joshua Wong, um dos líderes dos atos pró-democracia em Hong Kong, que começaram há cinco anos, foi preso novamente no domingo ao voltar da Alemanha e dos EUA por violar as regras da condicional, segundo ele.
Ele foi acusado de incitar e participar em um ato não autorizado do lado de fora da polícia no dia 21 de junho, e solto sob fiança.
“Conselho legal preliminar sugere que a corte tinha conhecimento e aprovava minhas viagens à Alemanha e aos EUA quando me garantiu liberdade condicional no dia 30 de agosto”, ele disse. “Portanto, acredito que erros foram cometidos”, acrescentou.