Publicado em: 6 de setembro de 2018 Atualizado:: setembro 6, 2018
O candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro, levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), na tarde desta quinta-feira (6). Ele era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o feriu na barriga. O agressor foi preso.
Bolsonaro foi socorrido e levado à Santa Casa de Misericórdia da cidade. O hospital informou que ele deu entrada na emergência, por volta de 15h40, com “uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen”. Segundo os médicos, Bolsonaro chegou com a pressão baixa por causa da perda de sangue.
O candidato teve lesões nos intestinos delgado e grosso e passou por uma cirurgia que durou cerca de 2 horas e terminou por volta das 19h40. O estado de saúde dele é estável. Por volta das 19h55, Bolsonaro foi levado para a UTI da Santa Casa de Juiz de Fora, onde passará a noite.
Um dos médicos que operou o candidato, Luiz Henrique Borsato, disse que a estimativa é de que Bolsonaro fique de uma semana a 10 dias internado em recuperação. Uma equipe do Hospital Sírio-libanês, de São Paulo, deve chegar ainda nesta noite à cidade mineira para avaliar uma possível transferência de Bolsonaro.
Inicialmente, um de seus filhos, o deputado estadual Flavio Bolsonaro, tinha afirmado que o ferimento era superficial, mas exame indicou a suspeita de uma lesão no fígado.
Na cirurgia, os médicos constataram que não tinha ocorrido lesão no fígado, mas que havia três lesões no intestino delgado – que já foram tratadas. Segundo os médicos, a facada foi profunda e também atingiu a artéria mesentérica, que leva sangue para a intestino.
Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração.
Em nota, a Polícia Federal afirmou: “[Bolsonaro] contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora (MG). O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato”.
No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos. Segundo informações da polícia, após o ataque, ele foi agredido por pessoas que estavam no local.
O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por “motivações religiosas, de cunho político”. “Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar”, disse Possa.
Segundo o comandante do 2º Batalhão da PM de Juiz de Fora, tenente-coronel Marco Antônio Rodrigues de Oliveira, o suspeito “alegou que tentou ferir o candidato Jair Bolsonaro por ter divergências de ideias e pensamentos com ele […] Falou que [foi] uma questão pessoal dele. Depois não manifestou mais nada”.
A polícia fez buscas em um imóvel onde Oliveira morou em Montes Claros, cidade a cerca de 800 km de Juiz de Fora, mas não encontrou nada. O agressor é formado em pedagogia, foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014 e tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.
O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) não deverá receber alta hospitalar antes de “uma semana ou 10 dias”, disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (6) o médico Luiz Henrique Borsato. Ele falou a jornalistas na Santa Casa de Juiz de Fora (MG) onde o candidato está internado após ser alvo de uma facada durante ato de campanha nesta tarde.
“Antes de uma semana ou dez dias ele não vai receber alta”, afirmou o médico, ressalvando no entanto que “não tem como dar certeza” do tempo preciso que o candidato permanecerá hospitalizado.
Os médicos disseram que houve o rompimento de uma veia no abdômen e lesões no intestino delgado e no instestino grosso. Houve uma contaminação fecal no abdômen.
“O que houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino grosso e o intestino delgado foi costurado”, disse Borsato. “As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do paciente.”
O candidato passou por uma cirurgia e deverá ser submetido a outra operação para reverter a colostomia, realizada em caráter temporário.
Borsato disse ainda na entrevista coletiva que não foi constatada nenhuma lesão no fígado de Bolsonaro, e que não sabe de onde veio esta informação.
Bolsonaro está consciente e irá passar a noite na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os profissionais também afirmaram que não há como precisar o tempo que o candidato passará na unidade, onde já recebeu a visita de dois filhos.
Segundo o último boletim médico, Bolsonaro é considerado um paciente grave que está submetido a cuidados intensivos no (Centro de Tratamento de Terapia Intensiva) CTI. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro estável.
O médico afirmou também que o candidato chegou à unidade “com uma camisa amarela, sem colete de proteção”.
Cícero Pena disse que a transferência de Bolsonaro para outro hospital é uma opção da família, mas que neste momento o presidenciável não tem condições de ser levado para outro local.
O médico Luiz Henrique informou que uma equipe do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, estaria a caminho para Juiz de Fora. A previsão que os profissionais cheguem à cidade por volta das 0h. Há ainda a previsão de que seja divulgado um novo boletim médico às 10h30 de sexta-feira (7).
G1