Publicado em: 24 de julho de 2017 Atualizado:: julho 24, 2017
Os irmãos Joesley e Wesley Batista revelaram, na delação premiada, que o enorme esquema de corrupção do qual participavam, começou em Mato Grosso do Sul. Eles entregaram ao Ministério Público Federal (MPF) uma lista de nomes e notas fiscais de compras que seriam simulações para esconder o pagamento de propina a políticos do estado, a partir da falsa venda de gado. O Jornal Nacional teve acesso aos primeiros documentos divulgados, que compravam parte das declarações dos donos da JBS.
Auditoria fiscal federal agropecuária apontou que o gado era vendido e pago, mas nunca entregue ao comprador. As notas fiscais e as guias de trânsito animal indicam que a carga deveria ter sido levada para um frigorífico de Campo Grande, mas, segundo levantamento feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os carregamentos nunca entraram pelos portões do local. Wesley Batista entregou ao MPF uma lista com 56 notas fiscais do frigorífico Buriti, pelo fornecimento de carne, e 23 notas de compra de gado vivo de 12 pecuaristas. O Ministério da Agricultura informou que “não foram encontrados registrados de ocorrência dos abates” dos animais em nenhuma dessas transações. O empresário também contou aos procuradores que a JBS deu dinheiro em doações oficiais e no caixa dois para Reinaldo Azambuja e Delcídio do Amaral, que disputaram o segundo turno das eleições para o governo de Mato Grosso do Sul em 2014. Durante a campanha, os candidatos trocaram muitas acusações.