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Com Irmã Dulce na lista para canonização, veja a história de outros santos do Brasil

Publicado em: 9 de outubro de 2019 Atualizado:: outubro 9, 2019

 

A freira baiana Irmã Dulce se tornará a primeira santa nascida no Brasil após ser canonizada no dia 13 de outubro, no Vaticano. Batizada como Maria Rita Lopes Pontes, ela foi uma das religiosas mais populares do Brasil e ficou conhecida pelo trabalho filantrópico e legado que deixou nas Obras Sociais que levam seu nome.

Irmã Dulce nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador e morreu, aos 77 anos, em 13 de maio de 1992, também na capital baiana. A canonização dela será a terceira mais rápida da história, 27 anos após o falecimento dela, atrás apenas da santificação de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa) e do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte).

A beata será a primeira santa nascida no Brasil por ser conhecida popularmente e com milagres comprovados. O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger explica que em 2017, 30 mártires católicos do Rio Grande do Norte, entre eles mulheres foram canonizados. Entretanto, as mulheres que foram canonizadas não têm os nomes identificados, bem como alguns dos homens.

“Na primeira metade do século XVII, houve dois casos de martírio coletivo, ocorridos no interior do Rio Grande do Norte. No total, mais de 80 fiéis foram martirizados, por causa de sua fé, entre eles 200 soldados holandeses e índios potiguares. Desses mártires, 30 foram identificados e entre eles havia cinco mulheres”, explica o Arcebispo.

Fieis na Praça de São Pedro para acompanhar a canonização dos mártires, em 2017 — Foto: Michelle Rincon/Inter TV Cabugi

Fieis na Praça de São Pedro para acompanhar a canonização dos mártires, em 2017 — Foto: Michelle Rincon/Inter TV Cabugi

Com relação aos mártires cristãos que se tornaram santos em 1645, eles estavam entre mais de 80 fiéis da Igreja Católica que foram mortos durante as invasões holandesas no Brasil. O primeiro massacre aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, em Canguaretama e o segundo em Uruaçu, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante, ambas cidades no Rio Grande do Norte. Do total de mortos, 30 foram martirizados. [Confira os nomes deles ao final da matéria]

Em reconhecimento ao feito dos mártires, em 16 de junho de 1989, o processo de beatificação foi concedido pela Santa Sé. Em 21 de dezembro de 1998, o papa João Paulo II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos.

A beatificação aconteceu em 2000, no Vaticano, e a cerimônia religiosa foi presidida pelo papa João Paulo II. No dia 15 de outubro de 2017, também no Vaticano, o grupo conhecido como “Mártires de Cunhaú e Uruaçu” foi declarado santo pelo Papa Francisco.

Imagem de Frei Galvão localizada na Catedral Santo Antônio, em Guaratinguetá (SP), local em que foi celebrada sua primeira Missa  — Foto: Emerson Tersigni/G1

Imagem de Frei Galvão localizada na Catedral Santo Antônio, em Guaratinguetá (SP), local em que foi celebrada sua primeira Missa — Foto: Emerson Tersigni/G1

Como as mulheres do grupo de mártires não foram identificadas e não têm histórias conhecidas, tampouco milagres realizados, Irmã Dulce dos Pobres é considerada pela Igreja Católica a primeira santa brasileira da atualidade, conforme defende Dom Murilo. “Inclusive, este ano, em 13 de agosto, a festa em honra à Bem-Aventurada, teve como tema ‘Irmã Dulce, uma santa do nosso tempo’ “, acrescenta.

O primeiro santo nascido no Brasil a ser canonizado foi Frei Galvão. A cerimônia ocorreu em 11 de maio de 2007, no Vaticano, e realizada pelo então Papa Bento XVI. Conhecido pelas pílulas milagrosas que, segundo a fé católica, têm poder de cura, Frei Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá, no interior de São Paulo.

Madre Paulina, que morava em Santa Catarina, também foi canonizada e ficou conhecida como a primeira santa do Brasil. Ela, no entanto, nasceu na Itália e só veio morar no país com a família aos 10 anos de idade.

Confira lista dos mártires canonizados (nem todos têm os nomes identificados):

  • Pe. André de Soveral
  • Pe. Ambrósio Francisco Ferro (português)
  • Mateus Moreira
  • Domingos de Carvalho
  • Antônio Vilela Cid (espanhol)
  • Antonio Vilela, o moço e sua filha
  • Estevão Machado de Miranda e suas duas filhas
  • Manoel Rodrigues Moura e sua esposa
  • João Lostau Navarro (francês)
  • José do Porto
  • Francisco de Bastos
  • Diogo Pereira
  • Vicente de Souza Pereira
  • Francisco Mendes Pereira
  • João da Silveira
  • Simão Correia
  • Antonio Baracho
  • João Martins e seus sete companheiros
  • A filha de Francisco Dias

Dulce dos Pobres

Irmã Dulce teve o primeiro milagre reconhecido em 2010. No ano seguinte, em 2011, ela foi beatificada em Salvador. A cerimônia contou com a participação Dom Lorenzo Baldisseri, que era representante do Papa no Brasil, e a missa de abertura foi presidida pelo cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo – na época, ex-arcebispo de Salvador (1999-2011) – que representou o papa Bento XVI.

Para se tornar santa, Irmã Dulce precisava ter o segundo milagre reconhecido pelo Vaticano. Esse reconhecimento ocorreu no dia 13 de maio deste ano e foi anunciado no dia seguinte, 14 de maio.

Foi o maestro baiano José Maurício Moreira, de 50 anos, o agraciado pelo milagre de Irmã Dulce, o segundo reconhecido pelo Vaticano. Maurício teve glaucoma e começou a perder a visão em 1999. Em 2000 ele já estava cego, mas em 2014 voltou a enxergar e atribui o milagre a uma oração que fez a Irmã Dulce.

G1


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