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Caio Checon assume candidatura a deputado federal e apoia Zé Ronaldo para governar a Bahia

Publicado em: 16 de maio de 2018 Atualizado:: maio 16, 2018

 

Ele se considera baiano com muito orgulho, apesar de ter nascido em Nova Venécia, cidade do norte do Espírito Santo. Ainda menino, aos 10 anos, acompanhando a família mudou-se para Eunápolis. O ano era 1979 e o comércio da madeira atraia os valentes trabalhadores capixabas. Ele e os irmãos foram criados no trabalho, no batente, como gostava de falar dos filhos o casal Nelson e Zulmira Checon.

O penúltimo dos irmãos, Caio, recém-casado com a itabunense Lígia, optou por morar em Teixeira de Freitas assumindo-a como sua cidade. Tinha pouco mais de 20 anos e, com ajuda da mulher, começou a carreira no comércio administrando o supermercado da família – o Ideal.

Para ele a vida era trabalho, trabalho, e cuidar da família – sua mulher e filhas. Política, apesar de trazer no sangue paterno a vontade de defender os mais necessitados, de bater de frente contra as mazelas da vida pública, jamais imaginou tornar-se candidato a qualquer cargo eletivo. Eis que em 2004 tudo mudou, com a candidatura do Padre Aparecido, de quem foi um dos principais esteios. Daí, para uma candidatura própria foi um pulo. Disputou o mandato de vereador e foi o único eleito da coligação. Na segunda legislatura se elegeu presidente da Câmara, onde deixou sua marca de bom gestor. Em 2008 foi candidato a vice-prefeito na chapa João Bosco e em 2012 ficou fora das campanhas, voltando somente em 2016, como candidato a prefeito, onde, mesmo enfrentando três outros fortes candidatos, conseguiu uma votação de quase 9 mil teixeirenses.

Na sua marcha batida vai disputar uma vaga à Câmara Federal, apoiando o pré-candidato da oposição Zé Ronaldo, com quem discute projetos para o extremo sul. Não esconde sua vontade de ser o verdadeiro representante desta região. Esconde menos ainda sua opinião sobre os que se dizem representantes dela atualmente. “Hoje não existe representantes da região, eles são representantes de si mesmos.”

Leia os bons momentos dessa descontraída e direta conversa na redação do Extremus21. Os questionamentos dos experientes Dilvan Coelho e Jonatas Jesus e as opiniões de Laila Vasconcelos facilitaram a construção desta entrevista. (Chico Vasconcellos)

extremus21 – Pra começo de conversa, essa candidatura a deputado federal é pra valer?

Caio Checon – Olhe bem, a gente já milita na política de uma certa forma. O grupo que me acompanhou na campanha de prefeito já havia pedido que eu saísse candidato. Eu vinha relutando, até por particularidades empresariais – eu não vivo da política -, na verdade eu resisti muito, mas eu tive um convite do candidato a governador Zé Ronaldo e de Bruno Reis, que está a frente desse projeto do Democratas, aí eu entendi, que tanto pra mim como candidato, como pra região seria uma boa.

E21 – Você vê chances concretas de sucesso, de vitória dessa candidatura?

CC – Eu não estou entrando como candidato somente pra pontuar, nem pra deixar meu nome pra 2020, como muitos pensam. Eu vou disputar com possibilidades de vitória. A gente sabe que é difícil vencer em qualquer cargo eletivo, mas dentro do que me foi proposto em Salvador, pelo que conversei com o presidente do meu partido, considerando as alianças, nós temos uma boa viabilidade de eleição. É lógico que a gente vai lutar para ter uma votação favorável aqui em Teixeira de Freitas.

E21 – Você não tem preocupação com esse chapão liderado pelas “estrelas” principais da coligação?

CC – Uma das coisas que me fez definir foi acreditar que não vai haver chapão. Os partidos menores têm um compromisso entre si de não aceitar o chapão. Quem tem mandato vai ficar na banda A e quem não tem fica na banda B. Dentro dessa proposta estou classificado como um dos possíveis eleitos na Bahia.

E21 – A pergunta que todo mundo quer saber: você vai fazer uma dobradinha com o vereador Jonathan Molar? Falam até no embate entre vocês dois contra a dupla deputado federal Uldurico Jr e o vice-prefeito Lucas Bocão. Procede?

CC – Nós tivemos um encontro do Solidariedade e o presidente do partido, Luciano Araujo, anunciou essa dobradinha. Mas, até agora, Molar não demonstra interesse de vir como candidato. É uma decisão dele, apesar do nome ainda estar na lista do Solidariedade como pré-candidato. Pra mim, Caio, fazer uma chapa com ele seria muito bom, seria um prazer porque ele é um vereador da nossa base, tem feito um grande trabalho em Teixeira de Freitas e eu acredito que o nosso grupo sairia muito mais fortalecido, porque seria uma campanha muito mais regionalizada. Mas tudo depende da decisão dele.

E21 – Você é candidato para defender os 13 ou os 21 municípios do extremo sul?

CC – Nossa campanha começa em Teixeira de Freitas. Meu mundo político é aqui, mas eu entendo que vou trabalhar em todos os 21 municípios. Eunápolis, por exemplo, onde morei por muitos anos, onde vive minha família, tenho uma irmã que militou na política, chegou a ser candidata a vice-prefeita, tenho referências, assim como em Porto Seguro. Agora, meu foco vai ser em Teixeira, nós estamos falando aí sobre um universo de mais de 100 mil eleitores. Pra quem não acredita em uma eleição de federal aqui dentro, eu discordo, é claro que nem toda população vai votar no Caio, mas posso representar bem o eleitorado daqui.

E21 – Pelo que estamos entendendo o grande embate no plano federal vai ser entre você e o deputado Uldurico Jr. é isso?

CC – Ele é o deputado eleito. Aí vem a comparação pelo que ele representou, o que ele foi para o nosso município, se realmente ele é daqui, falam que ele é de Porto Seguro. Ele tem que mostrar a identidade dele para saber de onde ele é. Como deputado ele vai ter que apresentar a conta do mandato. O Caio representa a esperança de um mandato melhor.

E21 – Então esse é o comparativo que você vai trabalhar na campanha?

CC – Na comparação, sim. Ele não pode falar de promessa. A partir do momento em que você tem um mandato, você tem que falar do seu passado, do que construiu dentro dele. Mas o que me motiva com essa candidatura é ver o extremo sul sem representação. Acho que não é só Teixeira, a gente deve reunir com Eunápolis, Porto Seguro, para fortalecer a região. Hoje não existe representantes da região, eles são representantes de si mesmos. Você não vê uma voz altiva em nossa defesa.

E21 – Todas as regiões da Bahia já deram governador, vice, senador. O extremo sul nunca esteve na linha de frente da política estadual. Pra você existe uma razão que pode ser apontada?

CC – Eu acho que são os interesses. Eles não se preocupam com as questões da região, problemas da educação, saúde, violência. Eunápolis teve um assalto de padrões nacional, Teixeira está vivendo tempos de terror, estão matando nas ruas principais, em restaurantes centrais, não desmerecendo os bairros mais populares. A criminalidade aqui perdeu o medo de tudo. E cadê a voz que grita, quem é que nós representa?

E21 – Então você quer ser essa voz do extremo sul?

CC – Acredito que posso ser essa voz. Estou em pré-campanha desde que saí de Salvador. Passei por Itabuna, por Eunápolis, procurando construir uma aliança regional pra fortalecer o extremo sul. Coisas que cobrei do pré-candidato Zé Ronaldo, de Bruno Reis: nós não estamos aqui só pra ser candidato. Queremos ser a voz do extremo sul da Bahia.

E21 – Independente do vereador Molar, você está buscando os candidatos a estadual para fazer dobradinha aqui na região?

CC – Em Eunápolis estou conversando com a pré-candidata Cordélia, que também está na base de Zé Ronaldo. Nós podemos fazer essa união entre os dois municípios. Eu veja uma carência muito grande de um trabalho conjunto. Cadê as estradas desse extremo sul? Há poucos dias eu vi um representante do secretário de segurança, numa audiência pública, falar que vai mandar quatro viaturas para Teixeira. É brincadeira! Quando eu era presidente da Câmara de Vereadores, compramos e doamos quatro viaturas, só com a economia das despesas do Poder Legislativo. Como é que o Governo vem falar em três ou quatro viaturas?

E21 – Qual foi o diferencial da sua administração da Câmara?

CC – Fiz isso com um orçamento pequeno, se comparado aos dias atuais. Cada gestão é uma gestão. Quem está à frente de uma empresa, de uma câmara, de uma prefeitura, deve olhar e trabalhar com as necessidades. E o que era prioridade pra mim: ter uma Câmara bonita, bem equipada? Lógico que você precisa ter recursos para facilitar o trabalho dos vereadores. Nossa gestão foi muito enxuta, não tem porque contratar se eu não preciso. A gente não teve inchaço, não teve contratação sem necessidade, não teve barganha pra ser presidente. Com isso devolvemos recursos para viatura, como falei, para o prédio da UFSB.

E21 – Como você vê a atual administração de Teixeira de Freitas?

CC – Eu vejo como uma administração deficiente na parte da gestão. Um governo muito centralizado na pessoa do próprio prefeito. É o que escuto de secretários, de funcionários, o que a gente enxerga na cidade. É um tipo de reinado que não cabe mais na gestão pública. Há uns dias estive na Prefeitura para tratar de uma guia de vigilância sanitária. O funcionário mandou que eu voltasse no final do mês porque ele só pode imprimir o documento nesta data. É inadmissível, eu querendo pagar e a burocracia não permitia. Além da iluminação pública está precária, a saúde deficiente, morrendo pessoas no hospital, a segurança pública capenga, que foi um dos pleitos da campanha, falou-se na volta do batalhão, o reordenamento escolar sem planejamento, a gente vê um prefeito que não chama a responsabilidade pra ele. A segurança é responsabilidade do Estado, mas uma boa iluminação, uma boa educação, ajudam. Falta diálogo. Eu sempre falo com as pessoas: se o Caio for prefeito, se  for deputado, ele vai continuar o mesmo.

E21 – Fale mais da falta de diálogo que você afirma existir na atual administração de Teixeira?

CC – Vou explicar: o sujeito vai pra campanha, come no prato de um pobre, chupa um picolé de um desdentado, depois de eleito esquece de atender esse mesmo povo. Eu vejo hoje em Teixeira um prefeito invisível. Ouço essas reclamações de pessoas bem próximas.

E21 – Como é que você explica o preço da passagem de ônibus entre Teixeira e Macaé, no Rio de Janeiro ser quase a metade do preço entre Teixeira e Salvador, com distâncias equivalentes e veículos exatamente iguais? Isso não ajuda a distanciar nossa capital da nossa região? Isso não é tema para mandato de deputado, seja estadual ou federal?

CC – É como já disse, tem deputados que são eleitos para defender os interesses das empresas deles, ou negócios ligados a eles, onde ganham por isso. Eles não se elegem para defender os interesses do povo. Dizem que essas empresas dificultam até o voo para Salvador e Vitória. Eu viajo sempre de Vitória para São Paulo e pago menos do que um ônibus daqui pra Salvador. Eu garanto que vou lutar contra esse monopólio do transporte na nossa região.

E21 – Pelo que entendemos, você vai ser um dos mais importantes representantes da campanha do pré-candidato Zé Ronaldo. Por que votar nele para Governador da Bahia?

CC – Ele é desconhecido, lógico. Eu enfrentei isso também na eleição municipal. Quando eu fui convidado para ir a Salvador conversar com Zé Ronaldo, a primeira coisa que fiz foi procurar um amigo que trabalha na Prefeitura de Feira para saber quem era Zé Ronaldo, como é que ele é. E ouvi que ele é uma pessoa boa de relacionamento, tranquila, simpática e melhor do que tudo isso: é um excelente gestor. Com isso fiquei mais entusiasmado. Conheci pessoalmente, vi que tem um currículo invejável, um cara que começou como vereador, depois deputado estadual, deputado federal, quatro vezes prefeito de Feira de Santana, eleito sempre no primeiro turno, com uma média de 70% dos votos. A gente entende que o cara está preparado para governar a Bahia. Tudo isso sem uma mancha de corrupção em seu nome. É difícil hoje.

E21 – Diga uma coisa que mais lhe tocou na proposta de Governo do candidato dos Democratas?

CC – A proposta dele que mais me seduziu foi a criação de descentralizar o Estado, criando as sub governadorias. Provavelmente o sul e o extremo sul vão ter uma sub governadoria, como vai acontecer em outras regiões. Quem vive aqui sabe a dificuldade que é tratar alguma coisa no Governo do Estado.

E21– Já que você pretende ir para Brasília como deputado federal, já escolheu seu candidato a presidente?

CC – Pra ser sincero com vocês eu ainda não tenho o meu candidato. Por mais que admire algumas coisas do Bolsonaro, que goste de muitas coisas do Alckmin, do próprio Álvaro Dias, vem aí o empresário da Riachuelo. Pra mim tá cedo para definir isso aí.

E21 – Por suas palavras acima você não tem candidato mas já escolheu o seu lado, confere?

CC – Olha, eu já votei em Lula, e não me arrependo, acho que ele foi uma grande mudança para o país, mas penso que ele não tinha o direito de fazer o que fez, de criar um quartel partidário no país. Esse negócio de dizer que não foi ele, foi outro que fez, o gestor era ele, o responsável pela administração do Brasil. Eu, como eleitor, não dei a permissão para ele acomodar esses ratos que sempre surrupiaram o país. Eu não me sinto no direito de acompanhar mais esse projeto. Sou contra esse tipo de política do rouba mais faz.

Com informações do Extremus 21


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