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Bahia: Instituição que dá assistência a soropositivos anuncia fechamento por falta de verba

Publicado em: 3 de outubro de 2018 Atualizado:: outubro 3, 2018

 

A Instituição Beneficente Conceição Macedo (IBCM), localizada no bairro de Nazaré, em Salvador, anunciou na terça-feira (2) que irá fechar as portas por falta de verba para manter os funcionários. A informação foi divulgada nas redes sociais do projeto.

O grupo dá assistência a soropositivos da capital baiana há mais de 15 anos. A maioria dos auxiliados são pessoas em situação de rua. Atualmente, 28 famílias têm o aluguel de casa mantido pelo projeto. Com o fechamento, essas pessoas ficarão desabrigadas.

O projeto tem 11 funcionários, entre auxiliares de limpeza, cozinheiros, motorista, além de profissionais para atividades em sala de aula. Juntos, eles geram uma folha de pagamento mensal de R$ 12 mil. Esse dinheiro era pago pela última empresa que se ofereu para manter o local. O contrato de um ano acaba em outubro.

A partir de novembro, segundo informou o padre Alfredo Dórea, responsável pela instituição, o grupo não terá mais como pagar os funcionário e não poderá se manter apenas com auxílio de voluntários.

“Estamos buscando financiamento há seis meses, mas não encontramos. Nós temos voluntários, mas há serviços que precisamos ter certeza que serão realizados. Por isso, precisamos de uma equipe nossa”

Além de proporcionar a moradia, o grupo ainda oferece serviço de creche para crianças em contato com o HIV (algumas não são soropositivas, mas têm familiares com o vírus), fornece alimentação e garante a manutenção do tratamento. Algumas dessas pessoas, inclusive, são direcionadas por centros de tratamento da rede pública.

Em entrevista com o G1, o padre Alfredo Dórea contou, ainda, que parte dos pacientes chega a depender da ajuda da instituição para se descolar até o ponto de retirada de medicamentos, para ter atendimento médico e para realizar exames.

“Têm famílias que não têm dinheiro para buscar medicamento, para ir na consulta médica, para se alimentar. Essas pessoas precisam do nosso suporte, principalmente as crianças. São pessoas em em situação de rua, dependentes químicos e profissionais do sexo. Pessoas que são marginalizadas e não recebem auxílio em outros locais. Nós cobramos o tratamento correto para essas pessoas estarem aqui. Todos estão com o vírus controlado”, contou o padre.

Atualmente, a creche da instituição atende 65 crianças, entre 2 e 5 anos. O atendimento é feito de 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. O projeto pega as crianças em casa, durante a manhã, e, depois, devolve, no final do dia.

“Quando elas chegam, tomam café, depois, têm atividade em sala, lanche, banho, almoço às 12h, escovam os dentes, dormem, acordam, trocam as fraldas, lancham, têm atividade em sala novamente e, em seguida, lancham mais uma vez antes de voltar pra casa. Às sextas, elas levam uma mini cesta básica para o fim de semana. São mais de 100 fraldas por dia”, disse o padre Alfredo.

O padre contou que sonha em conseguir uma ajuda fixa para não ter que se preocupar com o futuro incerto da instituição.

“Eu vejo empresas financiando tantas coisas. Meu sonho era que uma financiasse 50% e outra os outros 50%. Ou, então, que dissesse que pagaria a folha. A gente se virava no resto. Assim eu dormiria em paz”, desabafou o religioso.

G1


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