Inaugurada em 1881, a ferrovia Bahia-Minas com seus 578 quilômetros ligando Araçuaí- MG a Ponta de Areia na Bahia, foi construída para alavancar a economia do Vale do Jequitinhonha ao extremo sul da Bahia, duas das regiões mais carentes do Brasil.

Os trilhos desembocavam num porto em Ponta de Areai que recebia navios da costa do Sudeste. O sertão se tornou parceiro comercial de grandes centros. Mas não foi só por isso que a ferrovia se tornou um marco na economia.

À medida que os trilhos avançavam, povoados e cidades eram fundados. Foi assim que a ferrovia atraiu aportes, fomentou a geração de empregos e estimulou o plantio em terras até então inóspitas. O progresso puxado pela maria-fumaça é descrito por vários pesquisadores. Jaime Gomes, autor de Um trem passou em minha vida, destacou que “milhares de pessoas se deslocaram para aquela região. (…) Montaram engenhos, serrarias e olarias; fundaram vilas, povoados e até cidades. Parte do Sul baiano e do Nordeste mineiro prosperaram, milagrosamente”.

O avanço econômico é mostrado em números. De 1935 a 1944, por exemplo, o volume nos vagões de carga passou de 76.874 toneladas para 174.161 toneladas (aumento de 126%). O total de passageiros subiu em escala maior num período menor, de 51,3 mil pessoas em 1935 para 373 mil homens e mulheres em 1940 (acréscimo de 627%).
Mas a má gestão, a corrupção e a precipitada decisão do governo militar de apostar no avanço das rodovias, em detrimento das estradas de ferro, decretaram o fim da linha. Em muitas cidades e povoados o progresso foi embora.

55 anos depois da última viagem da Maria Fumaça, renasce a esperança dos saudosistas, de um grupo de homens ousados e da região que liga Araçuaí a Caravelas de ter de volta a ferrovia Bahia- Minas, ou siplesmente,Baiminas como era chamada a estrada de ferro.

O projeto da volta da ferrovia Bahia-Minas nasceu de um projeto ousado de deputados mineiros e abraçado pelo prefeito de Caravelas Silvio Ramalho. Principal defensor do projeto em solo baiano, o prefeito de Caravelas, Silvio Ramalho, participou de uma audiência na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), onde foi indicado pelo Presidente da Comissão Pró Ferrovia Bahia-Minas, Deputado João Leite, para que coordene uma frente com os prefeitos da tríplice fronteira (Bahia/Minas Gerais/Espírito Santo) para viabilizar a realização de estudos de impactos com a reativação da ferrovia.

No próximo dia 18, segundo feira, uma comissão de deputados mineiros vem a Teixeira de Freitas participar de uma Audiência Publica para discutir os potenciais de cargas e passageiros na região, incluindo Teixeira de Freitas, objetivando a retomada das atividades da estrada de ferro.

A Audiência vai acontecer a partir das 17 horas no plenário da Câmara de Vereadores de Teixeira de Freitas com a participação de autoridades e da sociedade em geral.